EU ME ENVERGONHO DOS MEUS DEFEITOS, PORÉM, NÃO ME ENVERGONHO DE TENTAR CORRIGI-LOS.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mulher que tomava medicamentos para HIV havia seis anos descobre que não tinha o vírus

Moradora de Guabiruba pretende processar o município onde recebeu tratamento e o Estado.
A vida da dona de casa Maria Gonçalves mudou drasticamente em abril de 2003, quando uma amostra de sangue colhida no exame pré-natal apontou que ela tinha o vírus HIV. Somente no ano passado a moradora de Guabiruba, Médio Vale do Itajaí, descobriu que o exame estava errado. Ela pretende processar o município de Brusque e o Estado pelo equívoco.
Na época do exame positivo para HIV Maria tinha 30 anos, era casada e estava grávida da primeira filha. O marido dela, Sergio Baumgartner, 47, não é soropositivo e desconfiou de traição.
A vida do casal nunca mais foi a mesma. Maria tentou suicídios e Sergio, que certa noite chegou a agredir a mulher e a ser preso por isso, viciou-se em crack e passou a gastar o dinheiro da família em noitadas.
Mensalmente ela recebia medicamentos antivirais e inibidores da proliferação do vírus da Secretaria de Saúde de Brusque, cidade próxima. Quando a filha do casal nasceu também foi medicada e Maria foi proibida de engravidar novamente.
O amor que Sergio sentia pela esposa fez ele não se importar com o vírus, tanto que a dona de casa engravidou novamente. A filha mais nova também passou a ser medicada a partir do nascimento.

A descoberta
Até julho de 2009, Maria fazia exames semestrais de quantificação de carga viral do HIV, que mede a quantidade de vírus no sangue. Níveis acima de 10 mil viral copies por mililitro de sangue são considerados altos e normalmente requerem tratamento imediato.
No caso de Maria, nenhum dos 12 exames que fez em seis anos acusou a presença de carga viral. E nesse período ela só usou medicação controlada nas duas gestações, para evitar o contágio do feto.
Na mesma época ela passou a ser avaliada por outro profissional que estranhou os exames não detectarem carga viral. Foi quando a mulher foi submetida a novo exame e veio a confirmação: ela não era soropositiva.

Resolução judicial
A família pretende processar o município de Brusque e o Estado, responsável pelo exame que diagnostica o vírus. A secretária de Saúde Brusque, Maria Aparecida Morelli Belli, culpa o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen):
— Ela está fazendo aquilo que tem de direito. O município a atendeu, houve o acompanhamento médico e ela foi tratada. Contudo, a culpa não é nossa e sim do Lacen, que deu o resultado errado.
Por outro lado, o diretor do Lacen, João Daniel Filho, culpa a Secretaria de Saúde de Brusque, pois são necessários dois exames para se diagnosticar o vírus e a secretaria teria tomado um único exame como definitivo.
— Constam em nossos registros o envio de apenas uma amostra de sangue em nome de Maria Gonçalves. De acordo com o Ministério da Saúde, são necessários dois exames. Nesse caso, não foi o que aconteceu.

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